Os
níveis reduzidos de iluminação causam um aumento do diâmetro da
pupila (zona preta do olho) de forma a permitir maior entrada de luz
e isto resulta numa desfocagem da imagem devido às aberrações
óticas do olho. Os vidros do carro e/ou os óculos riscados/sujos
são a maior causa de halos em volta das luzes. O tratamento
anti-reflexo nas lentes dos óculos pode ajudar a reduzir este efeito
de halos e reduzir quase por completo o problema dos reflexos. Os
conhecimentos actuais em termos refrativos demonstram que existem
variações de refracção que ocorrem de acordo com as flutuações
de iluminação. Mesmo sendo possível conduzir um veículo da mesma
forma de noite e de dia, a capacidade de reconhecer e responder a
perigos é mais diminuida à noite. Muitos individuos tornam-se
miopes em condições de iluminação reduzida (H.W. Leibowitz) como
consequência normal do sistema acomodativo do olho.
Em
condições de completa escuridão, as mudanças de miopia são na
ordem de uma dioptria em jovens e jovens adultos (W.N. Charman),
diminuindo este efeito, gradualmente com o aproximar da idade de
presbiopia (40-45 anos). Estas mudanças refrativas aumentam as
dificuldades visuais, nos jovens condutores na condução noturna de
forma considerável. Os níveis elevados de iluminação na estrada,
produzidos pelas luzes dos carros e restante iluminação artificial,
são por norma muito elevados para permitir que ocorram mudanças
refrativas significativas, apesar da acuidade visual ser diminuida
devido a mudanças neurais que ocorrem devido à variação da luz.
Nestas condições parece pouco provável que uma prescrição
especifica para a condução noturna seja benéfica, mas sim uma
correcção precisa dos erros refrativos normais, que é mais
importante durante a condução noturna que durante a condução
diurna devido ao maior espalhamento/desfocagem associado ao aumento
do diâmetro pupilar durante a noite.
Tiago Ferreira (Optometrista)
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